Na corrida contra o tempo pela busca de opções terapêuticas para o coronavírus, o reposicionamento de drogas antigas para uso como antiviral é uma estratégia interessante pois já se é detentor do conhecimento a respeito de sua segurança, farmacocinética, efeitos colaterais, posologia e interações medicamentosas (Gautret et al., 2020).
“A cloroquina existe há mais de 80 anos e foi desenvolvida como um medicamento antimalárico. Já a hidroxicloroquina existe desde 1955 e é semelhante à cloroquina, mas menos tóxica. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de hidroxicloroquina.”
(ANVISA, 2020)
Desde o surgimento da doença, várias pesquisas têm sido conduzidas em busca da cura da COVID-19 e muitos deles envolvem a cloroquina e a hidroxicloroquina como estratégia terapêutica.
O mundo pesquisa Cloroquina e Hidroxicloroquina contra o COVID-19
![tratamento para coronavírus](https://blog.pharmapele.com.br/wp-content/uploads/2020/04/capa2.png)
Vários estudos clínicos foram rapidamente conduzidos em mais de 10 hospitais na China com o objetivo de testar a eficácia e segurança da cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19 associadas com pneumonia. Até o momento, os resultados de mais de 100 pacientes apresentam resultados promissores. Diante desse cenário, a droga foi recomendada para ser inclusa na próxima versão do Guideline Chinês para tratamento do Coronavírus (Gao et al., 2020).
Cortegiani e colaboradores (2020) realizaram uma revisão sistemática onde agrupou 23 trabalhos clínicos que estão sendo conduzidos na China, onde se tem empregado a cloroquina ou a hidroxicloroquina como tratamento da COVID-19. Devido aos resultados promissores, alguns consensos de especialistas no mundo já têm indicado o uso da cloroquina como alternativa para o tratamento da doença.
AZITROMICINA PODE POTENCIALIZAR A EFICÁCIA CLÍNICA DA HIDROXICLOROQUINA CONTRA A COVID-19
(Gautret et al., 2020)
Importante estudo clínico não-randomizado conduzido no The Méditerranée Infection University Hospital Institute, na França, avaliou a intervenção de hidroxicloroquina sozinha e da associação da hidroxicloroquina com azitromicina no tratamento do Coronavírus. O trabalho envolveu 36 indivíduos infectados pelo novo coronavírus e apresentou resultados animadores para o enfrentamento da doença. Os autores concluem que, apesar de ser um pequeno tamanho amostral, o tratamento com hidroxicloroquina é reforçado pela associação com azitromicina.
Status no Brasil: ANVISA autoriza estudo clínico no Hospital Albert Einstein com Cloroquina para tratamento do Coronavírus e Ministério da Saúde libera seu uso para casos graves
![ANVISA autoriza estudo clínico](https://blog.pharmapele.com.br/wp-content/uploads/2020/04/iStock-950594528.jpg)
No dia 27 de março de 2020, a ANVISA declarou a liberação do estudo clínico com a cloroquina e a hidroxicloroquina.
“Apesar de promissor, até o momento não existem estudos conclusivos que comprovam o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19.”
O estudo será conduzido seguindo estritamente as diretrizes do método científico. O mesmo será realizado no Hospital Israelita Albert Einstein e visa o avanço nas pesquisas clínicas em busca da cura da Covid-19, com segurança e rapidez. Essa ação faz parte da estratégia da Agência de oferecer respostas imediatas e alinhadas às condutas de autoridades sanitárias internacionais na identificação de alternativas terapêuticas seguras e eficazes para o tratamento da doença.
Seu objetivo é descobrir ou confirmar os efeitos e/ou identificar as reações adversas ao produto investigado e/ou estudar a farmacocinética dos ingredientes ativos, de forma a determinar sua eficácia e segurança, ou seja, só se pode demonstrar eficácia e segurança por meio de ensaios clínicos controlados. Os resultados obtidos nesses estudos determinam a autorização e a subsequente comercialização do medicamento ou de uma nova indicação.
(ANVISA, 2020)
No mesmo dia, através da nota nº 5/2020-DAF/SCTIE/MS, o ministério da saúde libera, em caráter emergencial, o uso da cloroquina para tratar pacientes graves. A medida envolve vários argumentos técnicos, como a inexistência de um tratamento para a pandemia, as evidências científicas, apesar de insuficientes, a respeito da cloroquina no Coronavírus, e à capacidade de produção do fármaco no próprio país.
Ministério da Saúde do Brasil disponibilizará para uso, a critério médico, o medicamento cloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves, em pacientes hospitalizados, sem que outras medidas de suporte sejam preteridas em seu favor. A presente medida considera que não existe outro tratamento específico eficaz disponível até o momento. Importante ressaltar que há dezenas de estudos clínicos nacionais e internacionais em andamento, avaliando a eficácia e segurança de cloroquina/hidroxicloroquina para infecção por Coronavírus, bem como outros medicamentos, e, portanto, essa medida poderá ser modificada a qualquer momento, a depender de novas evidências científicas (Ministério da Saúde, 2020).
O ministério da saúde ressalta a janela terapêuca estreita da droga (margem entre a dose terapêuca e dose tóxica). O seu uso deve, portanto, estar sujeito a regras estritas, e automedicação é contraindicada.
A ANVISA reafirma que a automedicação pode representar um grave risco à saúde.
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